A
maneira como a violência afeta a criança depende, em parte, de quão
grave é a violência e de sua frequência. Depende também da capacidade
dos pais em amar e cuidar da criança. Ser um pai amoroso geralmente é
difícil para o adulto, seja ele vítima ou agressor.
Além da cobardia que está presente no ato de bater em alguém mais
fraco, a violência não é, definitivamente, um bom instrumento de disciplina. Ela perde o seu efeito a longo prazo e a criança,
aos poucos, teme menos a agressão física. Com o tempo, a tendência dos
pais é ainda bater mais, na procura dos efeitos que haviam conseguido
anteriormente. O resultado desse aumento da violência pode trazer
sequelas físicas e psicológicas permanentes para as crianças.
A criança sente quando há algo errado. O bebé pode ter problemas com sua alimentação, ao brincar ou dormir. Ele pode ficar agitado. A agitação pode aumentar o risco do bebé vir a ser a próxima vítima de agressão. A criança mais velha pode imitar a violência que vê em casa. Algumas crianças tornam-se agressivas, cruéis, desobedientes e destrutivas. Outras tornam-se incapazes de expor seus sentimentos, sentem aflições e têm dificuldades de controlar os seus impulsos. Ao ser punida fisicamente, a criança tem a sua auto-estima comprometida – passa a ver-se como alguém que não tem valor. Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenciando negativamente sua atitude durante a adolescência até a vida profissional. Como pode ela sentir-se tranquila quando a sua segurança depende de uma pessoa que facilmente perde o controle e a agride? Ela também passa a omitir dos pais os seus próprios erros, com medo do castigo, e sente-se como se tivesse pago por seu erro – e acredita que por isso pode cometê-lo novamente. Elas podem ficar tristes, ansiosas, amedrontadas ou retraídas. A violência entre adultos também pode levar a violência entre irmãos. Adolescentes também correm mais riscos de se tornarem adultos agressivos quando crescem num lar violento.Os filhos também vão se afastando gradualmente de seus pais, pois a agressão física, em vez de fazer a criança pensar no que fez, desperta-lhe a raiva contra aquele que a agrediu.
A criança sente quando há algo errado. O bebé pode ter problemas com sua alimentação, ao brincar ou dormir. Ele pode ficar agitado. A agitação pode aumentar o risco do bebé vir a ser a próxima vítima de agressão. A criança mais velha pode imitar a violência que vê em casa. Algumas crianças tornam-se agressivas, cruéis, desobedientes e destrutivas. Outras tornam-se incapazes de expor seus sentimentos, sentem aflições e têm dificuldades de controlar os seus impulsos. Ao ser punida fisicamente, a criança tem a sua auto-estima comprometida – passa a ver-se como alguém que não tem valor. Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenciando negativamente sua atitude durante a adolescência até a vida profissional. Como pode ela sentir-se tranquila quando a sua segurança depende de uma pessoa que facilmente perde o controle e a agride? Ela também passa a omitir dos pais os seus próprios erros, com medo do castigo, e sente-se como se tivesse pago por seu erro – e acredita que por isso pode cometê-lo novamente. Elas podem ficar tristes, ansiosas, amedrontadas ou retraídas. A violência entre adultos também pode levar a violência entre irmãos. Adolescentes também correm mais riscos de se tornarem adultos agressivos quando crescem num lar violento.Os filhos também vão se afastando gradualmente de seus pais, pois a agressão física, em vez de fazer a criança pensar no que fez, desperta-lhe a raiva contra aquele que a agrediu.
Interessante e preocupante é saber-se que assistir
a uma cena de violência entre adultos de sua confiança causa maior
efeito negativo sobre o desenvolvimento da criança do que ver na televisão
filmes violentos. Mesmo quando a criança não vê, ela pode ouvir e mesmo
quando ela não ouve, ela sempre sente os efeitos da violência. Ela
também pode ouvir os pais a conversar sobre violência ou ver como a
violência os afeta. Ela pode ser colocada num fogo cruzado
entre adultos em discussão ou mesmo ser vítima de violência. De qualquer
forma, a criança que pertence a um lar onde a violência está presente
tem um risco aumentado de também sofrer agressão física, emocional ou
sexual.
O lado do adulto
A maioria das pessoas encara com naturalidade o gesto de bater nos
filhos, como se a violência física fosse um instrumento legítimo (e
até necessário) para a educação das crianças. É um hábito tão enraizado na nossa cultura que não é raro
ouvirmos o argumento de que “os filhos já não respeitam mais seus pais
porque não apanham”. Mas essa agressão não deveria ser vista com tanta
naturalidade, já que é uma violência proibida por lei.
Bater nos filhos é um atestado de fracasso dos
pais, uma prova de que perderam o controle da situação. Por mais
inofensiva que possa parecer uma “pequena palmada”, é importante saber
que a força física empregada pelo adulto é necessariamente
desproporcional. É verdade que os castigos imoderados e cruéis estão
proibidos mas como definir claramente o que é castigo
imoderado? Há vários casos de crianças que morreram depois de ter sido
castigadas “cruelmente”. Embora uma chapada e um espancamento sejam
diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exactamente o
mesmo: utilização da força e do poder.
Por trás da violência física está a ideia implícita de que os pais têm total direito sobre a vida e a integridade física do seu filho.
A maioria dos adultos foram educados com tareias e
palmadas e reproduzem esse modelo, pois acreditam que a chapada tem a
capacidade de modificar comportamentos. Muitos profissionais pensam que a proibição por lei
de qualquer castigo físico eliminaria a violência familiar e ajudaria a
formar pessoas melhores. A lei não precisa ter caráter punitivo (os pais
não deveriam ser presos depois de uma palmada, a história mostra que
não se deve tratar violência com violência).
"Mas eles deveriam ser advertidos caso fossem reincidentes, podendo até perder a posse da criança. Seriam obrigados a participar de um programa de educação, semelhante aos que já existem na legislação de trânsito. Estamos conscientes de que a lei, sozinha, não seria suficiente para impedir o comportamento violento dos pais. Somente um trabalho educativo poderia trazer a consciência de que o amor e o carinho são fundamentais para formarmos cidadãos capazes, seres humanos de verdade." diz a Dra. Cacilda Paranho, psicóloga e pesquisadora da USP, coordenadora da campanha “Palmada Deseduca”.
"Mas eles deveriam ser advertidos caso fossem reincidentes, podendo até perder a posse da criança. Seriam obrigados a participar de um programa de educação, semelhante aos que já existem na legislação de trânsito. Estamos conscientes de que a lei, sozinha, não seria suficiente para impedir o comportamento violento dos pais. Somente um trabalho educativo poderia trazer a consciência de que o amor e o carinho são fundamentais para formarmos cidadãos capazes, seres humanos de verdade." diz a Dra. Cacilda Paranho, psicóloga e pesquisadora da USP, coordenadora da campanha “Palmada Deseduca”.
Existem vários estudos que comprovam os efeitos negativos
na criança; um deles (apesar de ter já algum tempo) muito bom tem como
foco Os efeitos sobre a violência física e familiar e comunitária no desenvolvimento da criança, e poderá consultá-lo aqui.
O que é violência familiar?
É
qualquer comportamento violento provocado por adultos num lar,
incluindo: morder, agarrar, bater, pontapear, ralhar/gritar, empurrar, ameaçar,
atirar objetos.
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